quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Um meu espelho tão de mim diferente
Toco tuas mãos gordinhas
Pele suave que me toca
Seu olhar e o meu se procuram
Olhamo-nos em silêncios
Meu peito te alimenta e fortalece
Teu riso inocente me alimenta e fortalece
Teu sono logo vem
E te olho demoradamente nesse abandono
Um meu espelho tão de mim diferente
Um meu pedaço de gente
Em sono tranqüilo
Em abandono frágil e confiante
Em mim
Filho
Toco o vidro entre nós
Tocas o vidro entre nós
Entre minha mão e a tua um frio vidro
E mal te posso ver por entre o marejar dos nossos olhos
Lembro tuas mãos gordinhas, de pele suave
E é a elas que toco através do vidro
Entre tu e eu um grande abismo
Que nossos olhos transpõem
Onde teu sono tranqüilo?
Onde meu sono tranqüilo?
Onde o cálido som do seu ressonar no sono?
Nossos olhos se perguntam
Em abandono frágil e temeroso
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