quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Rezo

para Adélia Prado

Que dor, que pétala, que flor!
(Salmodrummondiando)
Coloco a mão no peito
Bem onde dói e choro
Essa dor ressentida dos dias
O que doerá sempre e nunca brandamente
No balanço das horas findas
A minha dor
A minha pétala
A minha flor
Esse sopro no abismo
Que flutua dentro de mim
E rezo
Como se beijasse
A indelicadeza das horas.

(poema de Cida Almeida, do livro Flor da Pedra)