Nada tão complexo
Que não faça nexo no teu plexo
Que não mova teu sexo
Em busca do convexo
Nada de tão forte
Que te tire do teu norte
Que te deixe sem aporte
Ou te leve para a morte
Nada com sentido
Que te deixe carcomido
Que não te saia pelo outro ouvido
Que não possa ser espremido
Nada tão importante
Que te deixe tão distante
Que torne menos pulsante
Algo em nós tão relevante
Nada de tão ruim
Que te tire de mim.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Só hoje
"E afinal o que eu quero é fé...
É calma...
É não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isso. Abra as eclusas!
E basta de comédias em minh'alma..." (Fernando Pessoa)
Hoje senti vontade de me organizar. Tirar a poeira da alma, passar um pano molhado nos sentimentos, limpar as gavetas do coração, jogar fora o lixo do desejo, colocar os arquivos da memória em ordem alfabética, tirar as teias de aranhas do teto da saudade. Senti vontade. Senti vontade de mandar consertar minha bússola quebrada, ajustar o relógio desse nosso tempo louco. Faxina geral em mim.
Olho em volta: a casa brilha, cheira bem. Quase tudo está em seu lugar. Não é um reflexo de mim. Tenho dentro de mim uma casa velha como o mundo, um castelo assombrado por velhas lembranças e velhos fantasmas. Incômodo? Não. Conforto. E também excitação de saber que sempre estarei descobrindo um cômodo a mais, uma porta secreta pra algum lugar estranho e novo.
Deixo tudo como está. Guardo no armário os baldes e as vassouras com os quais pretendia me limpar. Tenho preguiça de começar essa limpeza. Tenho apreço pelas minhas estantes empoeiradas e a bagunça desse meu pequeno mundo caótico que me surpreende de vez em quando.
É calma...
É não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isso. Abra as eclusas!
E basta de comédias em minh'alma..." (Fernando Pessoa)
Hoje senti vontade de me organizar. Tirar a poeira da alma, passar um pano molhado nos sentimentos, limpar as gavetas do coração, jogar fora o lixo do desejo, colocar os arquivos da memória em ordem alfabética, tirar as teias de aranhas do teto da saudade. Senti vontade. Senti vontade de mandar consertar minha bússola quebrada, ajustar o relógio desse nosso tempo louco. Faxina geral em mim.
Olho em volta: a casa brilha, cheira bem. Quase tudo está em seu lugar. Não é um reflexo de mim. Tenho dentro de mim uma casa velha como o mundo, um castelo assombrado por velhas lembranças e velhos fantasmas. Incômodo? Não. Conforto. E também excitação de saber que sempre estarei descobrindo um cômodo a mais, uma porta secreta pra algum lugar estranho e novo.
Deixo tudo como está. Guardo no armário os baldes e as vassouras com os quais pretendia me limpar. Tenho preguiça de começar essa limpeza. Tenho apreço pelas minhas estantes empoeiradas e a bagunça desse meu pequeno mundo caótico que me surpreende de vez em quando.
domingo, 21 de setembro de 2008
Dois náufragos
(Primeiro de Outubro)
No teto, flutuando como náufragos
No mar azul turquesa dos lençóis,
Nossos corpos brancos.
Mordo morde minha carne. Sua
Carne branca pele quente
Dentro de mim,
Sobre você,
Dentro, fora, sobre,
Nem eu, nem você:
Dois náufragos refletidos
Num mar azul turquesa
De lençóis.
No teto, flutuando como náufragos
No mar azul turquesa dos lençóis,
Nossos corpos brancos.
Mordo morde minha carne. Sua
Carne branca pele quente
Dentro de mim,
Sobre você,
Dentro, fora, sobre,
Nem eu, nem você:
Dois náufragos refletidos
Num mar azul turquesa
De lençóis.
domingo, 14 de setembro de 2008
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Cruzamento
Cruzo a cidade
em constante construção
(ela e eu).
Cruzo a cidade,
revirada
remodelada
(Atenção: homens trabalhando)
Cruzo a cidade presépio
A cidade túmulo
A cidade sirenes
A cidade jardins
A cidade encruzilhadas
De estranhos cidadãos
A cidade sol com o céu sempre azul.
Cruzo a cidade sem fôlego:
Preciso de ar
Preciso de afago
Preciso transformar esse minério que respiro
Em Carlos Drumond de Andrade.
em constante construção
(ela e eu).
Cruzo a cidade,
revirada
remodelada
(Atenção: homens trabalhando)
Cruzo a cidade presépio
A cidade túmulo
A cidade sirenes
A cidade jardins
A cidade encruzilhadas
De estranhos cidadãos
A cidade sol com o céu sempre azul.
Cruzo a cidade sem fôlego:
Preciso de ar
Preciso de afago
Preciso transformar esse minério que respiro
Em Carlos Drumond de Andrade.
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