Excelente crítica/manifesto de Claudio Brites sobre o ensino e a literatura, detonado a partir do episódio dos livros didáticos equivocados distribuídos nas escolas públicas de Sampa:
Quinta-feira, 11 de Junho de 2009
Depois do que aconteceu com as Hqs e com o poema do Joca Terron eu pensei e considero que a literatura, concordo, deveria ser proibida, assim como a maconha.
teríamos, então literatura sendo traficada nos becos, que, convenhamos, é o lugar dela.
as pessoas se cutucariam quando vissem um roda de leitores na praça.
atravessariam a rua e abaixariam a cabeça.
escritores no bar seria motivo de blitz de charutos e ternos risca de giz.
concordo que a literatura deveria ser expurgada de todas as escolas.
onde é dissecada e emburrecida. perdida.
ignorada.
então os moleques cabulariam para ler.
cheirar as páginas, cheiro de livro.
para gozar no Cortiço e seus beijos suados.
xingar capitu de putinha dissimulada.
afinal o sexo no livro é muito mais sexo do que na novela.
no livro você volta e volta e re-lê e lê de novo.
vetem. proibam.
não foi assim que os quadrinhos ganharam força?
quando declarados proibidos e marginais?
vetem a literatura e quem sabe transtornamos tordorov e ela saia do perigo eminente de desaparecer.
Postado por Claudio Brites às 16:34
quinta-feira, 11 de junho de 2009
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2 comentários:
assino embaixo.
Pois é, é uma crítica passional, revoltada. Mas, nesses novos tempos de hipocrisia conservadora, tem muito sentido. Imagine os meninos de rua cheirando páginas de livros, nos cantos escuros das calçadas!
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