terça-feira, 21 de abril de 2009

Arte para o dia a dia

(Leo fotografando a mãe diante da Cow Wallpaper)

Hoje fui ver a exposição do Andy Warhol, no Maes. Se considerarmos o universo da produção do cara, a exposição tem poucas obras. Mas, é o suficiente para mostrar a diversidade das atividades do inquieto artista. Papa da Pop Art, Warhol queria mesmo era ficar rico com sua arte. Inventou, para isso, um jeito de reproduzir com menor esforço suas criações e vende-las para quem se dispusesse a pagar o melhor preço. Ser um mercenário da arte (coisa que ele próprio admitia), não o torna menos artista. Suas criações são pesquisas profundas sobre a visualidade, a impermanência da arte e o simulacro da obra. Além disso, Warhol deu novo significado ao cotidiano.
(Screen test, com Nuvens de Prata)

A Exposição do Maes - "Andy Warhol - Arte e Práticas para o Dia a Dia" - deixa bem claro a diversidade dessas pesquisas de Andy Warhol: além das serigrafias já conhecidas de todos (e reproduzidas ad infinitum em todos os suportes possíveis), a exposição traz para Vitória trabalhos poucos conhecidos e difíceis de encontrar, tais como os filmes em 16mm e os retratos e auto retratos em polaroides (obras lindas). Num dos filmes, Empire State, ele gravou por 8 horas seguidas, registrando as nuances das mudanças da luz do dia até a noite, num trabalho que lembra o impressionista Monet e as suas telas da Catedral de Rouen. Também podemos ver os famosos "screen test" com amigos e o filme Kiss (1963). A exposição reproduz, também, um pouco do clima da Factory, seu famoso estúdio, escritório e moradia, na réplica da exposição "Nuvens de Prata", de 1966.
(Kiss, com Nuvens de Prata)

Para quem quiser se divertir interagindo, a exposição conta ainda com uma mini oficina de serigrafia (que a gente pode fazer na hora) e uma máquina de xerox que tem a função de recriar as cápsulas do tempo de Warhol (caixas onde ele guardava várias coisas cotidianas e lacrava). O problema da tal cápsula do tempo xerocada é que os visitantes são obrigados a deixar seus pertences guardados antes de entrar no Museu e ai resta muito pouco a se preservar na tal cápsula xerox. Aliás, ter que deixar as coisas guardadas foi um problema para mim na exposição: deixei meus óculos da bolsa no armário e não pude ler quase metade das plaquinhas de identificação da exposição.

Além do filme Kiss, onde intermináveis beijos projetados na parede do museu nos despertavam sensações, adorei ver a série de polaroides. Tanto os auto retratos quanto as fotos de famosos (coisa mais linda o Mick Jagger novinho!!!).

A curadoria de "Andy Warhol - Arte e Práticas para o Dia a Dia" é de Jéssica Gogan, do Museu Andy Warhol, em Pittsburgh, Pensilvânia, de onde vieram as obras. O curador brasileiro da exposição é Luiz Guilherme Vergara. A mostra fica até 2 de julho no Maes.

(minha serigrafia d'apres Andy Warhol feita na exposição)

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